Economia

Estudo aponta desaceleração no aumento dos preços dos alimentos e crescimento no faturamento do varejo

O bolso do consumidor brasileiro apresentou alívio no início de 2025, com a desaceleração da alta dos preços nos supermercados, o que resultou em um aumento no faturamento do varejo alimentar. A pesquisa exclusiva realizada pela Scanntech para a CNN revelou que, com a diminuição da pressão sobre os preços, o setor experimentou uma recuperação mais saudável e sustentável.

Desaceleração da Inflação Alimentar

Em janeiro, o aumento dos preços dos alimentos foi de 5,8% nos últimos 12 meses, uma desaceleração significativa em relação aos 7,6% registrados em dezembro. Com esse alívio, o setor de varejo alimentar viu um crescimento de 6,6% no faturamento, refletindo um cenário de maior equilíbrio entre preços e consumo. Esse crescimento foi impulsionado também pela mudança positiva no número de unidades comercializadas, que passou de uma queda de 0,7% para um aumento de 0,8%.

O Impacto no Consumo

Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech, explicou que o aumento da inflação afeta diretamente a quantidade de produtos comprados pelo consumidor. “Quanto mais aceleram os preços, mais desaceleram as unidades, porque o poder de compra do consumidor não consegue mais levar a mesma quantidade de produtos para casa”, afirmou. A desaceleração observada no mês de janeiro trouxe fôlego para as famílias, permitindo um aumento no volume de compras, o que resultou em um crescimento mais saudável para o setor.

A Correlação com o IPCA e a Valorização do Real

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador da inflação, também apresentou uma desaceleração, com um avanço de apenas 0,16% em janeiro, o menor índice para o mês desde a implementação do Plano Real em 1994. Apesar disso, os grupos de Transportes e Alimentação e Bebidas registraram aumentos significativos, com 1,30% e 0,96%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, o alívio nos preços dos alimentos está fortemente relacionado à valorização do real, que tem impacto direto nos preços das commodities que compõem a cesta básica, incluindo os produtos de proteína. Isso ajudou a reduzir a pressão sobre os preços, proporcionando um cenário mais favorável para o consumidor.

Desempenho Regional

O estudo também apontou variações regionais no desempenho do varejo alimentar. A região Sul foi a que teve a melhor performance, com um aumento de 7,4% no faturamento. Em contrapartida, a região Norte foi a que enfrentou maiores dificuldades, com um aumento de preços mais acentuado e uma retração nas vendas, registrando apenas 4,3% de crescimento.

Conclusão: Um Varejo Mais Sustentável

A desaceleração da alta dos preços, aliada à valorização do real e ao aumento da confiança do consumidor, tem contribuído para um crescimento mais equilibrado do varejo alimentar. Embora ainda existam desafios, o alívio no custo de vida está proporcionando um cenário mais saudável para o consumo, favorecendo tanto o setor varejista quanto as famílias brasileiras. O próximo passo será observar se essa tendência de desaceleração continuará e se o poder de compra do brasileiro seguirá crescendo de forma sustentável ao longo de 2025.

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