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CNI solicita diálogo com Trump e propostas para reverter tarifa de 25% sobre aço e alumínio

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou que buscará um diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar reverter a tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O objetivo da entidade é encontrar “alternativas consensuais” que ajudem a preservar a relação comercial entre os EUA e o Brasil.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, lamentou a decisão e afirmou que a confederação atuará para mostrar que há caminhos para reverter a medida. “Temos todo o interesse em manter a melhor relação comercial com os Estados Unidos, mas precisamos conciliar os interesses dos setores produtivos de ambos os países”, declarou Alban.

O dirigente alertou que a taxação afeta negativamente tanto a indústria brasileira quanto a norte-americana. O Brasil ocupa a posição de quarto maior fornecedor de ferro e aço para os Estados Unidos, sendo que 54% das exportações desses produtos têm como destino o país. Segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), os EUA foram responsáveis por 16,8% das exportações de alumínio, que movimentaram US$ 267 milhões de um total de US$ 1,5 bilhão exportados pelo setor em 2024.

Alban destacou que, com a sobretaxa, o alumínio brasileiro se tornará menos competitivo no mercado internacional. Além dos impactos na balança comercial, o dirigente expressou preocupações quanto aos efeitos indiretos, como o aumento da exposição do Brasil a desvios de comércio e concorrência desleal. Ele ressaltou que produtos de outros países que perderem acesso ao mercado norte-americano poderão procurar novos destinos, como o Brasil, inundando o mercado com preços desleais.

No comércio de produtos da cadeia do aço – incluindo carvão, aço, máquinas e equipamentos – EUA e Brasil movimentam cerca de US$ 7,6 bilhões, com um superávit de US$ 3 bilhões para os Estados Unidos.

Alban reiterou que o diálogo é a abordagem preferencial, pois medidas de retaliação poderiam prejudicar outros setores da economia brasileira que dependem da importação de produtos norte-americanos para sua produção.

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