O IPCA registra uma desaceleração de 0,16% em janeiro, a menor taxa para o mês desde 1994
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, apresentou uma desaceleração em janeiro, atingindo uma taxa de 0,16%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11). Essa é a menor taxa de inflação para o mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994, e representa uma queda considerável em relação aos 0,52% registrados em dezembro de 2024. A desaceleração do índice foi de 0,36 ponto percentual.
Principais Fatores que Influenciaram a Inflação
O impacto da desaceleração do IPCA de janeiro pode ser observado em vários grupos de produtos e serviços. Dentre os fatores que contribuíram para o recuo, destacam-se as quedas no grupo de Habitação e os aumentos nos preços do grupo de Transportes.
- Grupo de Transportes: Este grupo foi o que mais contribuiu para a alta da inflação no mês, com um aumento de 1,30%, o que representou um impacto de 0,27 ponto percentual no índice geral. O aumento foi impulsionado principalmente pelos preços das passagens aéreas (10,42%) e do transporte urbano (3,84%), com reajustes em diversas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além disso, o subgrupo combustíveis registrou um aumento de 0,75%, com destaque para o aumento nos preços do etanol (1,82%) e do óleo diesel (0,97%).
- Alimentação e Bebidas: Este grupo também apresentou uma alta de 0,96%, com um impacto de 0,21 ponto percentual. A alimentação no domicílio teve um aumento de 1,07%, puxado principalmente pelas altas nos preços de itens como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%). Entretanto, houve quedas nos preços de outros alimentos, como a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%).
- Habitação: O grupo de Habitação foi o maior responsável pela redução do índice, com uma queda de 3,08%, o que resultou em um impacto negativo de -0,46 ponto percentual no IPCA geral. A principal razão para essa queda foi a redução nos preços da energia elétrica residencial (-14,21%), devido à aplicação do bônus de Itaipu, que creditou valores nas faturas de janeiro, reduzindo o custo da energia.
Análise da Inflação em Contexto
O comportamento do IPCA em janeiro revela uma inflação moderada no início de 2025, sendo um alívio tanto para os consumidores quanto para a economia brasileira em geral. A desaceleração em relação ao mês anterior pode ser atribuída, em parte, aos efeitos temporários como o bônus da energia elétrica, além de flutuações nos preços de alimentos e combustíveis.
Entretanto, os aumentos nos transportes e na alimentação ainda são preocupantes, principalmente pelo impacto que podem ter no bolso das famílias brasileiras. A alta dos combustíveis e o aumento nos preços das passagens aéreas e transporte público indicam que o custo de vida continua a ser afetado por essas áreas essenciais.
Conclusão
Em um cenário de inflação mais controlada no início de 2025, o Brasil observa uma desaceleração significativa, mas a pressão sobre os preços continua em alguns setores essenciais, como transporte e alimentação. Embora o impacto negativo do grupo Habitação tenha ajudado a suavizar o índice, a variação nos preços do combustível e alimentos demonstra que o controle completo da inflação ainda é um desafio para a economia. O resultado do IPCA de janeiro, no entanto, pode ser visto como um sinal de que a trajetória inflacionária está mais moderada, o que poderá proporcionar um ambiente mais estável para o consumo nos próximos meses.