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Associação do alumínio expressa apreensão em relação às tarifas de Trump

A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) expressou sua preocupação com as recentes tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que impõem um acréscimo de 25% sobre as importações de alumínio e aço. De acordo com a entidade, os impactos serão sentidos de maneira imediata nas exportações brasileiras e na competitividade dos produtos no mercado norte-americano.

Consequências para as exportações brasileiras de alumínio

A ABAL destaca que, embora os produtos de alumínio do Brasil atendam aos elevados padrões de qualidade e sustentabilidade exigidos em mercados exigentes como o dos EUA, a nova sobretaxa comprometerá a atratividade comercial dos produtos brasileiros. A medida deve afetar diretamente as exportações do setor, uma vez que o Brasil, apesar de ter uma participação relativamente pequena nas importações dos Estados Unidos (menos de 1%), é um parceiro comercial relevante, com 16,8% das exportações brasileiras de alumínio destinadas ao país.

O valor movimentado pelo setor foi de US$ 267 milhões em 2024, representando 13,5% do volume total de exportações brasileiras do metal, com destaque para chapas e folhas de alumínio, que corresponderam a 76% desse volume. Mesmo com a pequena participação do Brasil no mercado norte-americano, a imposição das tarifas pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros, tornando-os menos atraentes frente a outros fornecedores internacionais.

Efeitos indiretos e possíveis distúrbios nas cadeias globais

Além dos impactos diretos nas exportações, a ABAL alerta para os efeitos indiretos que podem surgir com o aumento da exposição do Brasil a desvios comerciais e à concorrência desleal. Produtos de outros países que perderem acesso ao mercado americano podem procurar novos destinos, incluindo o Brasil. Isso pode saturar o mercado interno e gerar uma pressão de preços mais baixos e práticas comerciais desleais.

Outro ponto destacado pela ABAL é que as novas tarifas podem causar um aumento nos preços regionais, especialmente nas áreas que dependem de importações. Esse movimento pode provocar um realinhamento nas cadeias globais de fornecimento e modificar os fluxos comerciais tradicionais, afetando ainda mais a dinâmica do mercado.

Impacto na balança comercial e incertezas quanto à medida

Ainda há incertezas quanto ao impacto total dessa medida, uma vez que os detalhes do decreto executivo de Trump ainda não foram publicados. A ABAL observa que a tarifa poderá ser somada à existente desde 2018, criando uma sobretaxa total de 35%. Isso torna ainda mais difícil para as empresas brasileiras competirem de forma justa no mercado dos Estados Unidos.

A associação também destaca o risco de que o Brasil, que já é exposto a distorções comerciais, enfrente uma nova onda de concorrência desleal em virtude da medida, com potenciais repercussões não apenas no mercado de alumínio, mas em outras cadeias produtivas relacionadas.

Conclusão

As novas tarifas propostas pelo governo dos Estados Unidos representam uma ameaça significativa para o setor de alumínio brasileiro, gerando incertezas não apenas nas exportações, mas também na competitividade comercial do Brasil no mercado global. Além disso, a medida pode desencadear uma série de distúrbios nas cadeias globais de fornecimento e afetar negativamente os preços regionais. A ABAL enfatiza que é fundamental que o governo brasileiro acompanhe de perto os desdobramentos dessa situação e busque estratégias para mitigar os impactos dessa tarifa e suas consequências para a balança comercial do país.

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