FGV aponta desaceleração para 0,11% na alta do IGP-DI em janeiro
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta semana os dados referentes ao Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de janeiro de 2025, revelando uma desaceleração em sua alta para 0,11%. Esse resultado representa uma significativa redução em comparação ao mês anterior, quando o índice teve uma variação maior, impactado por aumentos de preços em diversos setores da economia.
A desaceleração da inflação, medida pelo IGP-DI, é vista como um alívio para a economia brasileira, que ainda enfrenta desafios relacionados a preços elevados e a alta de custos em várias áreas. Com o IGP-DI mostrando uma variação mais moderada, especialistas começam a reavaliar as perspectivas para a economia brasileira no curto prazo, considerando que a inflação começa a perder força, pelo menos temporariamente.
Composição do IGP-DI e os fatores envolvidos
O IGP-DI é composto por três subíndices: o IPA (Índice de Preços por Atacado), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção). Em janeiro, o IPA, que reflete os preços no atacado, foi o principal responsável pela desaceleração geral, apresentando uma variação de 0,08%. Esse valor representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o IPA havia registrado uma alta mais acentuada. O efeito das matérias-primas e dos custos industriais foi menos impactante, o que ajudou a reduzir a pressão sobre o índice.
Já o IPC, que mede a variação dos preços no mercado de consumo, teve uma ligeira alta de 0,14%, também abaixo das expectativas de aumento, especialmente no que diz respeito aos itens de alimentação e bebidas, que geralmente têm grande influência sobre o custo de vida da população. Embora a inflação no varejo ainda continue a pressionar, essa desaceleração foi um fator positivo no cenário de preços.
Por fim, o INCC, que mede os custos da construção civil, também contribuiu para a desaceleração do índice geral, registrando uma variação de 0,22% em janeiro. A desaceleração dos custos com materiais e serviços de construção ajudou a aliviar um dos setores que mais sofriam com aumentos nos preços no ano anterior.
Impactos econômicos da desaceleração da inflação
O alívio na inflação é uma notícia positiva para a economia brasileira, especialmente considerando o impacto que os preços elevados têm sobre o poder de compra das famílias e sobre as políticas monetárias do Banco Central. O aumento mais moderado da inflação pode permitir uma maior margem para o Banco Central ajustar as taxas de juros, que tiveram aumentos sucessivos nos últimos anos como forma de combater a inflação alta.
Essa desaceleração no IGP-DI pode influenciar as decisões sobre a política monetária, já que o Banco Central tem se mostrado atento à dinâmica inflacionária. Caso a tendência de desaceleração se confirme, o BC pode adotar uma postura mais flexível, reduzindo as taxas de juros, o que pode estimular o crédito, o consumo e, eventualmente, o crescimento econômico.
Por outro lado, é importante ressaltar que a desaceleração não significa uma eliminação dos desafios econômicos. A inflação ainda é um fator que afeta o bolso do consumidor, e o Brasil segue enfrentando dificuldades em diversas áreas, como o mercado de trabalho e a recuperação de investimentos. Além disso, a trajetória do IGP-DI ainda dependerá de uma série de variáveis, como os preços internacionais de commodities, a política fiscal e as condições externas.
Expectativas para os próximos meses
Com o IGP-DI apresentando uma desaceleração, as expectativas para os próximos meses indicam que o Brasil pode passar por um período de inflação mais controlada, mas ainda sujeito a flutuações. O impacto dos aumentos de preços nos últimos anos pode continuar a influenciar o poder de compra da população, mas, com o controle mais eficiente da inflação, o país poderá se beneficiar de uma recuperação mais equilibrada.
Especialistas projetam que o crescimento da inflação nos próximos meses será mais moderado, caso os preços de commodities e outros insumos não registrem novos aumentos significativos. O mercado estará atento ao comportamento dos preços de alimentos, energia e combustíveis, já que esses itens são particularmente voláteis e têm um grande impacto sobre os índices de preços.
Além disso, fatores externos, como as condições econômicas globais e a política monetária em outros países, também podem influenciar a trajetória da inflação no Brasil. O aumento nas taxas de juros nos Estados Unidos, por exemplo, pode afetar os fluxos de capital e impactar a economia brasileira de forma indireta.
Conclusão
A desaceleração na alta do IGP-DI para 0,11% em janeiro, conforme divulgado pela FGV, traz um alívio para a economia brasileira e para os consumidores, indicando que a pressão inflacionária pode estar perdendo força. Embora o país ainda enfrente desafios econômicos significativos, a redução na variação dos preços é um sinal de que as medidas adotadas para controlar a inflação podem estar surtindo efeito. O próximo passo será observar se essa tendência de desaceleração se manterá nos próximos meses, o que poderá influenciar diretamente a política monetária e o comportamento da economia em 2025.