“Para que tombar sem ter a responsabilidade de cuidar?”, diz Lula após incidente na Bahia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao processo de tombamento de prédios públicos sem o devido planejamento financeiro e orçamentário. Sua declaração veio após o trágico desabamento do teto da Igreja São Francisco de Assis, em Salvador, que resultou em uma vítima fatal e deixou cinco pessoas feridas. Lula levantou uma questão crucial sobre a responsabilidade pública na preservação do patrimônio histórico e arquitetônico do país.
O Tombamento e a Falta de Planejamento
O tombamento de edificações, um processo legal para proteger bens de valor histórico e cultural, tem sido uma prática comum em várias cidades brasileiras. Contudo, segundo o presidente, muitos dos prédios tombados acabam deteriorando-se ao longo do tempo devido à falta de recursos destinados à sua conservação. Lula argumentou que é necessário mais do que apenas aprovar leis de tombamento; é preciso garantir que haja orçamento destinado para a preservação desses bens.
“Você tomba e a coisa vai apodrecendo, vai envelhecendo, vai caindo. Então, para que tombar se não tem responsabilidade para cuidar?”, questionou o presidente em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia.
A Necessidade de Responsabilidade na Preservação
Lula enfatizou a importância de se criar um planejamento financeiro adequado para a preservação do patrimônio tombado. O presidente lembrou de outros incidentes, como o desastre no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que teve um impacto devastador na cultura e história do país, ressaltando que é essencial que o governo assuma sua responsabilidade de cuidar e investir na conservação desses bens.
Ele também expressou solidariedade às vítimas do acidente na Igreja São Francisco de Assis e destacou que a falta de recursos é um problema estrutural que precisa ser enfrentado para evitar mais tragédias.
O Tombamento como Mecanismo de Proteção
O tombamento é uma medida legal que visa garantir a proteção de bens culturais, arquitetônicos e ambientais, impedindo alterações, demolições ou vendas de propriedades consideradas de importância histórica. No entanto, como ressaltado por Lula, não basta apenas proteger juridicamente esses bens se não houver um investimento contínuo e adequado para mantê-los.
Conclusão
A crítica de Lula ao tombamento sem o devido acompanhamento financeiro reflete uma preocupação legítima sobre a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Para garantir que prédios históricos não se deteriorem e se percam ao longo do tempo, é essencial que o governo assuma o compromisso de destinar recursos específicos para a conservação desses bens. O tombamento deve ser acompanhado de planejamento, para que não se transforme em uma simples formalidade legal, mas sim em uma garantia de proteção efetiva do patrimônio cultural para as futuras gerações.