Dólar tem queda e encerra o dia a R$ 5,77, o valor mais baixo desde novembro; bolsa registra perdas
O dólar teve uma queda significativa nesta terça-feira (4), encerrando o dia com um recuo de 0,76% e cotado a R$ 5,7719 na venda. Com isso, a moeda norte-americana acumulou o 12º dia consecutivo de baixa, atingindo a menor cotação desde novembro de 2024. A mínima do dia chegou a R$ 5,75. Esse movimento ocorre em meio à avaliação dos investidores sobre o impacto do conflito comercial entre Estados Unidos e China, além da divulgação da ata da última reunião do Banco Central (Copom), que gerou reações no mercado.
Tensões Comerciais Entre EUA e China Influenciam a Cotação do Dólar
A queda do dólar também reflete o aumento das tensões comerciais entre as duas maiores economias globais, Estados Unidos e China. O Ministério das Finanças da China anunciou a imposição de tarifas de importação retaliatórias contra os EUA, após as tarifas já implementadas pelo governo Trump. Isso inclui taxas de 10% sobre o petróleo bruto dos EUA, o que pode afetar ainda mais o mercado de commodities.
Analistas estão atentos à possibilidade de essas tensões comerciais afetarem as expectativas globais de crescimento e a demanda por matérias-primas, impactando diretamente a economia de países emergentes, como o Brasil, que possuem fortes relações comerciais com a China.
Análise do Mercado Brasileiro: O Impacto da Ata do Copom
O mercado brasileiro também estava atento à ata da última reunião do Copom, que resultou na elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A sinalização de um possível aumento de mesma magnitude em março gerou discussões sobre o impacto das políticas econômicas sobre o câmbio. Embora o dólar tenha mostrado uma queda no Brasil, o espaço para novas baixas era limitado, já que a moeda já vinha em um movimento de correção. Além disso, o IBGE revelou que os preços ao produtor no Brasil aceleraram no final de 2024, pressionados principalmente pelos alimentos, o que pode continuar influenciando a política monetária e as expectativas de inflação no país.
Cenário Externo e Seu Reflexo nos Mercados Emergentes
Apesar da queda no valor do dólar no Brasil, a moeda americana avançava contra moedas de outros países emergentes. O peso mexicano e o rand sul-africano, por exemplo, mostraram desvalorização frente ao dólar. Isso ocorre devido ao impacto das tensões comerciais, que afetam especialmente os países com fortes relações comerciais com a China. Dessa forma, o dólar tende a se fortalecer globalmente, à medida que os investidores buscam maior segurança em momentos de incerteza econômica.
Conclusão
O dólar caiu para seu menor patamar desde novembro de 2024, principalmente devido ao movimento de correção observado no início deste ano e às expectativas de investidores sobre o cenário político e econômico no Brasil e no exterior. No entanto, as tensões comerciais entre os EUA e a China continuam a gerar volatilidade no mercado, e a postura cautelosa do Banco Central pode limitar as chances de mais quedas abruptas na cotação da moeda americana. A economia brasileira segue monitorando de perto os impactos dessas mudanças, bem como as perspectivas de crescimento e inflação para os próximos meses.