A China pretende retomar o acordo comercial de 2020 com Trump, em meio às tarifas impostas
O governo da China está preparando uma proposta inicial para tentar evitar a aplicação de novas tarifas mais altas e restrições adicionais ao acesso à tecnologia, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja implementar. A principal estratégia de Pequim para evitar medidas mais drásticas é retomar o acordo comercial de 2020, assinado entre os dois países durante o primeiro mandato de Trump. Embora o pacto não tenha alcançado os resultados esperados, a China acredita que uma nova abordagem pode suavizar as tensões e evitar maiores consequências econômicas.
Aposta no retorno do acordo de 2020
De acordo com fontes familiarizadas com as negociações, Pequim vê o anúncio da tarifa de 10% sobre as importações chinesas, feito por Trump no último sábado (1), como uma tentativa de pressão, mas ainda longe do limite máximo, que seria considerado inaceitável pelo governo chinês. Em resposta à medida, o Ministério do Comércio da China se posicionou timidamente, afirmando que acionaria a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos e destacando a necessidade de um “diálogo franco” entre as duas nações.
O chamado Acordo de Fase Um, assinado em 2020, previa que a China aumentasse suas compras de bens e serviços americanos em US$ 200 bilhões durante dois anos. No entanto, o fracasso da implementação do pacto levou Pequim a se preparar para oferecer novas condições, incluindo a possibilidade de ampliar a aquisição de produtos americanos em áreas específicas.
Novas propostas para reverter a crise comercial
Entre as iniciativas propostas pela China, estão promessas de investimentos nos Estados Unidos, principalmente em setores estratégicos como o de baterias para carros elétricos. Pequim também se comprometeria a não desvalorizar o yuan para obter vantagens competitivas no comércio e reduziria as exportações de insumos utilizados na produção de fentanil, substância altamente viciada e problemática no mercado americano.
Além disso, um dos pontos-chave da proposta chinesa seria tratar a questão do TikTok como uma “questão comercial”. Nesse contexto, a China estaria disposta a negociar uma participação da plataforma para investidores americanos, buscando um equilíbrio que pudesse aliviar as tensões sobre a segurança nacional, ponto levantado por Trump em relação à plataforma.
Conclusão
Com o objetivo de evitar uma escalada de tarifas e restrições tecnológicas, a China tenta encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos, buscando não apenas resolver questões comerciais, mas também fortalecer os laços econômicos entre as duas potências. O sucesso dessa abordagem dependerá da disposição de Trump e de sua administração em reavaliar as condições do acordo de 2020 e de como as partes envolvidas reagirão às novas propostas chinesas. Se as negociações prosperarem, o cenário pode sinalizar uma redução das tensões comerciais, mas se falharem, o risco de novas barreiras comerciais pode continuar a crescer, impactando tanto as economias de ambos os países quanto o comércio global.