Pochmann afirma que críticas ao IBGE fazem parte da democracia
Na manhã desta quarta-feira (29.jan.2025), o presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Marcio Pochmann, detalhou as metas e iniciativas para 2025. Durante sua apresentação, o presidente abordou projetos de modernização tecnológica, aumento da integração de bases de dados governamentais e o uso de inteligência artificial nas pesquisas do instituto. No entanto, a apresentação ocorre em um momento conturbado, com críticas à sua gestão e um pedido formal do senador Rogério Marinho (PL-RN) ao TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a condução do IBGE.
Iniciativas de Modernização e Avanços Tecnológicos
Pochmann destacou que a principal agenda do IBGE para 2025 é a implementação de tecnologias inovadoras que visam aprimorar a precisão e a eficiência das pesquisas do instituto. Entre as medidas anunciadas estão a modernização de sistemas, a ampliação da utilização de inteligência artificial para análise de dados e a integração mais profunda das bases de dados governamentais. O presidente frisou que essas mudanças são essenciais para garantir que o IBGE continue a desempenhar seu papel fundamental na coleta e análise de informações para o país.
Críticas à Gestão e a Controvérsia da Fundação IBGE+
Apesar das inovações apresentadas, a gestão de Pochmann tem sido alvo de críticas, especialmente por parte de funcionários do IBGE. Sua administração tem sido caracterizada por acusações de ser “autoritária”, um termo utilizado por muitos servidores que questionam a centralização das decisões. Uma das principais controvérsias gira em torno da criação da Fundação IBGE+, uma fundação de direito privado vinculada ao instituto e criada em 2024 sem a devida deliberação do conselho. A fundação foi amplamente rejeitada pelos funcionários, que a chamam de “IBGE paralelo”. A criação da fundação gerou um impasse interno, e Pochmann explicou que a medida foi tomada devido à necessidade de recursos adicionais para o instituto.
A Resposta de Pochmann às Críticas
Durante a apresentação, Pochmann foi questionado sobre o pedido do senador Rogério Marinho ao TCU, que pede uma análise sobre a criação da fundação IBGE+. Em sua defesa, o presidente do IBGE afirmou que as resistências dentro do instituto são normais em uma gestão democrática. “Só em uma gestão democrática é possível haver manifestações. E nós estamos colhendo informações, subsídios, a questão da fundação mesmo, foi criada uma comissão com participação dos servidores para poder, se for o caso, mudar o nome, se for mudar o estatuto, não há nada que nos impeça nesse sentido”, disse Pochmann, sugerindo que está aberto a mudanças, caso necessário.
O Futuro da Fundação IBGE+ e o Papel do Governo
Após as críticas e a reação interna, o governo suspendeu a fundação IBGE+ nesta quarta-feira (29), uma medida que gera novas incertezas sobre o futuro do projeto. Pochmann, no entanto, deixou claro que o instituto precisa de recursos para continuar seu trabalho e que a criação da fundação foi uma tentativa de atender a essa necessidade, apesar das controvérsias em torno de sua implementação.
Conclusão
A gestão de Marcio Pochmann no IBGE segue marcada por avanços tecnológicos, mas também por desafios internos e externos. As críticas à sua administração, principalmente em relação à criação da Fundação IBGE+, mostram que o instituto está em um momento de tensão entre inovação e resistência. Embora Pochmann defenda a democracia dentro da gestão e a necessidade de recursos, o futuro da fundação e de outras iniciativas dependerá da capacidade do presidente em mediar as críticas e buscar um consenso dentro da instituição. A gestão do IBGE, portanto, permanece no centro do debate sobre a modernização do órgão e sua transparência interna.