Politica

Analisando a vaga para Gleisi, Lula busca amenizar a disputa interna no PT

Ao considerar a possibilidade de acomodar Gleisi Hoffmann em um ministério no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca principalmente reduzir a disputa interna no PT. Gleisi tem sido cotada há algum tempo para ocupar a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente liderada por Márcio Macêdo, e essa posição é vista nos bastidores como uma “cota” de Gleisi no governo, já que várias indicações para a composição da equipe partiram dela.

Embora as especulações sobre a nomeação de Gleisi tenham esfriado desde que ela anunciou que cumpriria até o fim seu mandato à frente do PT — que termina em meio a este ano —, o nome dela voltou a ser cogitado recentemente no contexto de ajustes na Esplanada. A inclusão de Gleisi no governo ajudaria a acalmar a movimentação do grupo que apoia sua permanência no comando do PT. Isso ocorre em um momento em que Lula tenta emplacar o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, na presidência do partido. Contudo, a ala ligada a Gleisi resiste a essa ideia, e nomes como o do atual líder da bancada na Câmara, José Guimarães, têm sido considerados como alternativas.

A escolha de um novo presidente do PT tem grande importância estratégica, pois será responsável por conduzir o processo eleitoral de 2026. A indicação de Edinho poderia fortalecer a ala próxima ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e gerar uma nova dinâmica dentro do partido, aproximando-o ainda mais de Haddad e de outros nomes influentes, como José Dirceu. Essa disputa interna tem gerado atritos significativos no governo, afetando as relações entre ministros, principalmente entre Gleisi e Haddad, sobre a condução da política econômica. Lula pretende evitar esses conflitos nos próximos anos, segundo aliados.

Nos bastidores, também circulou a ideia de um retorno de Gleisi à Casa Civil, proposta que gerou resistência por parte do grupo ligado a Haddad. Outro cargo discutido para ela foi o de ministro do Desenvolvimento Social, atualmente ocupado por Wellington Dias. Se nomeada para a Secretaria-Geral, Gleisi poderia usar sua vasta experiência à frente do PT para fortalecer a relação com movimentos sociais, ajudando a melhorar a mobilização do governo, um dos desafios enfrentados, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.

Caso a nomeação de Gleisi seja confirmada no início deste ano, ela assumiria um cargo interino na presidência do PT, que deverá ser temporariamente liderado por algum dos atuais vice-presidentes da legenda.

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