Mercado revisa para 5,5% a previsão de inflação em 2025, aponta relatório Focus
O mercado financeiro revisou suas previsões para a inflação brasileira, com as expectativas subindo tanto para 2025 quanto para 2026, conforme dados divulgados no Boletim Focus, do Banco Central (BC), nesta segunda-feira (27). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação, registrou aumento em relação à previsão da semana passada, refletindo a crescente preocupação com os preços no país.
Inflação e as metas do Banco Central
Para 2025, a expectativa para a inflação foi elevada de 5,08% para 5,5%, enquanto para 2026, o mercado projeta uma inflação de 4,22%, ante 4,1% na última revisão. O Banco Central busca alcançar a meta de 3% de inflação, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, entre 1,5% e 4,5%. No entanto, com o IPCA de 2024 encerrando em 4,83%, as expectativas para os próximos anos indicam um cenário mais desafiador para o controle da inflação.
Taxa de juros: manutenção da Selic e expectativas para o futuro
As previsões para a taxa de juros, com base na Selic, mantiveram-se estáveis para o fim de 2025, sendo projetada em 15% ao ano. Para 2024, a expectativa é de que os juros permaneçam em 12,5%, um pequeno ajuste em relação aos 12,25% previstos na semana passada. A decisão sobre a política monetária será anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (29), e a expectativa do mercado é de um aumento de 1 ponto percentual, elevando a Selic para 13,25%.
Projeções para PIB e câmbio
As previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano tiveram um pequeno ajuste para cima, passando de 2,04% para 2,06%. No entanto, para 2026, a projeção de crescimento econômico foi reduzida para 1,72%, contra 1,77% na semana anterior, refletindo um cenário de expansão mais modesto.
Quanto ao câmbio, as previsões para o dólar mantiveram-se em R$ 6 tanto para este ano quanto para o próximo. A moeda americana registrou uma queda de 2,42% na semana passada, cotada a R$ 5,918, e continua com viés de baixa desde o dia 22 de janeiro, quando fechou abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde dezembro.
Conclusão: Desafios econômicos e ajustes fiscais à frente
O cenário econômico brasileiro para 2025 e 2026 permanece desafiador, com expectativas de inflação mais alta, juros elevados e um crescimento econômico modesto. O aumento das projeções de inflação reflete um ambiente de pressão sobre os preços, enquanto as altas nas taxas de juros visam controlar esse crescimento. Com a meta de inflação do BC mais ambiciosa e o PIB em expansão mais lenta, o país precisará continuar ajustando sua política fiscal e monetária para equilibrar o crescimento e controlar a inflação, buscando estabilidade no futuro próximo. O comportamento do dólar e as decisões do Copom serão determinantes para a direção da economia nos próximos meses.