Zema responde a crítica de ministro de Lula e justifica falta em evento da BR-381: “Meu foco é trabalhar”
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), respondeu às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do governo federal, explicando sua ausência na cerimônia de assinatura do contrato de concessão da BR-381, que aconteceu nesta quarta-feira (22) no Palácio do Planalto. Zema afirmou que seu foco está em “trabalhar” e que não pretende “perder tempo com eventos burocráticos”. A postura do governador gerou reações tanto do presidente quanto de membros do Ministério da Fazenda e do Ministério dos Transportes.
Ausência de Zema em Evento e Críticas de Lula
A solenidade no Palácio do Planalto teve como objetivo formalizar o contrato de concessão da BR-381, uma das rodovias mais importantes de Minas Gerais, mas a ausência de Zema foi notada. Durante o evento, o presidente Lula fez uma provocação ao governador, sugerindo que Zema deveria “dar um prêmio” ao governo federal pela solução das dívidas dos estados, incluindo o débito de R$ 165 milhões de Minas Gerais. Lula também comentou sobre o fato de o estado não ter aderido ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados com a União (Propag), sancionado recentemente.
Troca de Críticas sobre o Propag
O governador de Minas já havia se manifestado contra o Propag, especialmente após a sanção com vetos ao programa. Zema afirmou que Minas Gerais não entraria no programa caso os vetos não fossem derrubados pelo Congresso. No entanto, o vice-governador Mateus Simões (Novo) esclareceu que a adesão do estado estava apenas adiada para 2026. As declarações de Zema geraram um embate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que acusou o governador de “esconder a verdade” e usou as redes sociais para criticar o governo federal.
Em resposta, Zema disse que o texto do Propag foi “mutilado” por Lula, e reafirmou que o governo federal não havia cumprido com o compromisso de resolver a situação das dívidas estaduais de forma satisfatória para Minas.
Críticas de Renan Filho e Resposta de Zema
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), também lamentou a ausência do governador no evento e fez uma crítica, afirmando que o governo federal nunca deu tanta atenção a Minas Gerais e sugerindo que a cobrança de Zema tinha um tom mais político. Renan Filho argumentou que a ausência do governador poderia prejudicar a relação entre o estado e o governo federal, que estaria empenhado em resolver questões estruturais, como a da BR-381.
Zema, por sua vez, reagiu dizendo que o Partido dos Trabalhadores (PT) havia “prometido” a obra da BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte”, ao longo de vários mandatos federais, mas nunca a entregou. O governador destacou que, apesar das promessas do PT, as melhorias na rodovia nunca foram realizadas de maneira eficaz, e que a promessa da concessão era mais uma tentativa de “cavalgar” uma bandeira que já deveria ter sido resolvida há anos.
Conclusão
A troca de farpas entre Zema e membros do governo Lula reflete a crescente tensão política entre o governo federal e o estadual. A justificativa de Zema para não comparecer ao evento da BR-381 pode ser vista como uma estratégia para distanciar-se de ações que considera meramente simbólicas e sem efetividade. Para Zema, o importante é focar no trabalho e nas ações concretas para Minas Gerais, como a resolução das dívidas e a infraestrutura do estado.
Por outro lado, as críticas dos ministros do governo federal apontam para um clima de insatisfação com a postura do governador, que tem adotado uma postura crítica em relação a diversas ações do governo de Lula. Embora a concessão da BR-381 seja um avanço para a rodovia, o episódio reflete como questões políticas, como a disputa pela condução das obras e a gestão das dívidas estaduais, continuam a ser um terreno fértil para disputas entre os níveis de governo. A relação entre Zema e o governo federal, sem dúvida, continuará a ser marcada por tensões, enquanto ambos buscam atender aos interesses de Minas Gerais.