Nunes afirmou que irá registrar uma queixa-crime contra a 99 e a Uber por praticarem “mototáxi”
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta quarta-feira (22) que entrará com uma queixa-crime contra as empresas de transporte por aplicativo 99 e Uber. A medida surge após a decisão das plataformas de retomar o serviço de transporte de passageiros por motocicletas na capital paulista. O anúncio foi feito durante a entrega de um novo trecho de Faixa Azul para motos, e reflete a preocupação crescente da Prefeitura com a segurança no trânsito.
Reação às Empresas de Transporte
A decisão das empresas de oferecer transporte por motocicleta, fora do centro expandido da cidade, foi comunicada pela Uber na mesma data em que o prefeito fez seu pronunciamento. Nunes afirmou que soube da novidade pela imprensa e, caso a informação se confirme, as empresas enfrentarão medidas rigorosas. “Será aplicada a mesma punição, com notificações, multas e a formalização de uma queixa-crime à Polícia Civil”, afirmou o prefeito.
As plataformas 99 e Uber entraram em confronto direto com a Prefeitura de São Paulo ao tentarem expandir o serviço de mototáxi na cidade, o que está em desacordo com as normas municipais. Segundo Nunes, as empresas estão desrespeitando a legislação que regulamenta o transporte de passageiros e colocando em risco a segurança de motoristas e usuários.
Aumento de Acidentes e Preocupação com a Segurança Viária
O maior argumento de Nunes contra a operação das motocicletas é o aumento no número de acidentes fatais envolvendo motos na cidade. A administração municipal vem monitorando a situação com preocupação, visto que os dados indicam uma elevação nas mortes e ferimentos graves em acidentes de trânsito relacionados a motociclistas.
“Essas empresas não podem simplesmente buscar lucro e deixar a sociedade arcar com o custo humano e financeiro”, afirmou o prefeito. Ele ressaltou que a Prefeitura está empenhada em responsabilizar as empresas, tanto civil quanto criminalmente, pelos danos causados. Nunes propôs que um inquérito policial seja aberto para investigar as responsabilidades das plataformas em relação aos acidentes e mortes decorrentes de seu serviço.
A Defesa das Empresas de Transporte
Por outro lado, as empresas de transporte, 99 e Uber, argumentam que a opção pelo mototáxi busca suprir uma demanda por mobilidade nas regiões periféricas da cidade, onde o transporte público é muitas vezes insuficiente. As plataformas afirmam que o serviço pode ser uma alternativa acessível para quem precisa de transporte rápido e com menor custo, além de contribuir para a economia local.
A estratégia das empresas, no entanto, entra em confronto com as preocupações da Prefeitura, que tem adotado uma postura mais cautelosa, visando preservar a segurança no trânsito e evitar o agravamento dos acidentes com motociclistas.
Conclusão
A postura firme do prefeito Ricardo Nunes coloca em evidência a crescente tensão entre as autoridades municipais e as empresas de transporte por aplicativo. A tentativa da Uber e da 99 de expandir o serviço de mototáxi em São Paulo esbarra nas regulamentações locais, que visam garantir a segurança dos cidadãos.
Com a entrada em cena da queixa-crime e a promessa de ações legais contra as empresas, a questão do transporte por motocicletas na cidade promete ser um tema de debates intensos nos próximos meses. Em um cenário de aumento de acidentes e mortes no trânsito, a Prefeitura defende a necessidade de uma abordagem cautelosa, enquanto as empresas buscam expandir suas operações, oferecendo alternativas de transporte à população.
Essa disputa revela não apenas a complexidade do setor de transporte por aplicativos, mas também o desafio de equilibrar as inovações no mercado com as responsabilidades sociais e a segurança pública.