Meta esclarece à AGU que encerramento de programa de checagem de fatos se aplica apenas aos Estados Unidos
A Meta Platforms, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, comunicou à Advocacia-Geral da União (AGU) que a recente decisão de encerrar o programa de checagem de fatos está restrita aos Estados Unidos. A empresa buscou tranquilizar as autoridades brasileiras, garantindo que o trabalho com agências de verificação de informações continuará em vigor no Brasil, país onde a disseminação de notícias falsas é uma preocupação constante, especialmente em períodos eleitorais.
Detalhes do comunicado da Meta
Em resposta a questionamentos da AGU, a Meta afirmou que o encerramento do programa de checagem nos EUA reflete peculiaridades do mercado americano, mas que não afeta as parcerias firmadas com agências como a Agência Lupa, Aos Fatos e outras organizações brasileiras de verificação de informações.
“No Brasil, o combate à desinformação permanece como uma prioridade. Continuamos comprometidos em trabalhar com parceiros locais para limitar a disseminação de informações falsas em nossas plataformas”, declarou a empresa em nota.
Contexto da decisão nos EUA
A decisão de encerrar o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos foi anunciada recentemente e gerou controvérsias. Segundo a Meta, a medida busca simplificar seus processos, mas críticos apontam preocupações de que isso possa abrir caminho para a proliferação de fake news em um ambiente polarizado.
Nos EUA, o programa tinha como objetivo limitar o alcance de conteúdos classificados como falsos por agências independentes. Embora a empresa tenha garantido que outras medidas de moderação continuam ativas, especialistas destacam que a ausência do programa pode comprometer a credibilidade das informações disseminadas nas plataformas.
Repercussão no Brasil
O anúncio inicial gerou apreensão entre autoridades brasileiras, dado o histórico de desinformação que marcou as eleições de 2018 e 2022. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o governo federal intensificaram recentemente esforços para combater fake news, firmando parcerias com empresas de tecnologia, incluindo a própria Meta.
“É essencial que plataformas como o Facebook e Instagram mantenham políticas rigorosas contra a disseminação de desinformação, especialmente em um país como o Brasil, onde o impacto pode ser profundo e duradouro”, afirmou um representante da AGU.
A importância da checagem de fatos no Brasil
No Brasil, o programa de checagem de fatos desempenha um papel crucial no combate às fake news. Quando um conteúdo é identificado como falso por uma agência parceira, ele é sinalizado e tem seu alcance reduzido significativamente, diminuindo o impacto de informações enganosas.
Essas medidas são ainda mais relevantes em períodos eleitorais, quando campanhas de desinformação podem influenciar a opinião pública e comprometer o processo democrático.
Próximos passos e monitoramento
A AGU informou que continuará monitorando as ações da Meta para garantir que as medidas de combate à desinformação sejam mantidas e, se possível, ampliadas no Brasil. O governo também busca reforçar a regulamentação de plataformas digitais, tema que vem sendo debatido no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal.
Compromisso com a transparência
Organizações de checagem de fatos no Brasil reforçaram a importância de manter o programa ativo e cobraram transparência por parte da Meta. “A continuidade do programa é fundamental para garantir que as plataformas não sejam usadas como veículos de desinformação. Esperamos que a Meta não apenas mantenha, mas também amplie suas iniciativas no Brasil”, afirmou Cristina Tardáguila, diretora do Instituto Poynter na América Latina.
Conclusão
O esclarecimento da Meta à AGU traz alívio às autoridades brasileiras, mas também destaca a necessidade de vigilância contínua para garantir que o combate à desinformação seja eficaz. O Brasil, com sua vasta base de usuários das plataformas da empresa, permanece como um dos mercados prioritários na implementação de medidas que promovam a integridade da informação.