Lula relembra papel da Caixa Econômica em superar a crise de 2008 e destaca ação decisiva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revisitou um dos momentos mais emblemáticos de sua gestão anterior ao afirmar que a atuação da Caixa Econômica Federal foi determinante para transformar a crise financeira global de 2008 em uma “simples marolinha” no Brasil. A declaração foi feita durante um evento que comemorava os resultados recentes do banco público e reforçava sua importância na economia nacional.
O papel da Caixa na crise global
Durante a crise de 2008, que abalou mercados ao redor do mundo após o colapso do banco Lehman Brothers, o Brasil enfrentou desafios relacionados à contração do crédito e à desaceleração econômica global. À época, a Caixa Econômica Federal desempenhou um papel crucial ao ampliar o crédito para empresas e famílias, garantindo que o consumo interno permanecesse aquecido e evitando uma recessão mais profunda.
“Enquanto o mundo inteiro mergulhava em incertezas, usamos a força dos nossos bancos públicos para sustentar a economia. A Caixa foi protagonista, mostrando que o Brasil tinha condições de superar aquele momento sem cair no caos que vimos em outros países”, destacou Lula.
Expansão do crédito como estratégia
A estratégia do governo em 2008 incluiu o aumento da oferta de crédito por meio de bancos públicos, especialmente a Caixa, que ampliou as linhas de financiamento imobiliário, crédito pessoal e apoio às pequenas e médias empresas. Esse movimento ajudou a manter o mercado interno aquecido, além de preservar empregos e estimular setores estratégicos da economia, como o da construção civil.
O então presidente, na ocasião, utilizou a expressão “marolinha” para minimizar os impactos que a crise poderia ter no Brasil, contrastando com os efeitos devastadores observados em economias mais dependentes de mercados financeiros internacionais.
Impactos da política adotada
Os resultados das medidas foram amplamente positivos. Segundo dados do período, enquanto várias economias enfrentaram recessões severas, o Brasil registrou uma retração moderada em 2009 e uma recuperação robusta em 2010, com crescimento de 7,5% no PIB. Além disso, programas como o “Minha Casa Minha Vida”, financiados pela Caixa, impulsionaram a geração de empregos e o acesso à moradia.
Lula destacou que a visão estratégica sobre o papel dos bancos públicos foi essencial: “Não deixamos o mercado financeiro ditar os rumos do país. Colocamos o povo brasileiro no centro das decisões.”
Reconhecimento ao trabalho da Caixa
O presidente também aproveitou a oportunidade para elogiar a atual gestão da Caixa e reiterar o compromisso do governo com a defesa dos bancos públicos como instrumentos de desenvolvimento. Ele enfatizou a importância de instituições como a Caixa para a execução de políticas sociais e econômicas, especialmente em momentos de crise.
“O que fizemos em 2008 é uma prova de que o Brasil pode, sim, enfrentar grandes desafios. E vamos continuar usando a Caixa e outros bancos públicos para garantir que nosso país cresça com justiça social e oportunidades para todos”, afirmou.
Desafios e legados
Embora a política de expansão do crédito da Caixa tenha sido amplamente elogiada, ela também gerou desafios, como o aumento da inadimplência em determinados períodos. Mesmo assim, especialistas destacam que os benefícios superaram os riscos, especialmente no contexto de uma crise global.
Para o economista André Campos, “a resposta do Brasil à crise de 2008, liderada por bancos públicos como a Caixa, é um exemplo de como políticas bem estruturadas podem mitigar impactos severos em economias emergentes.”
Reafirmação de um modelo de governança
Com essa declaração, Lula reforça sua defesa do papel ativo do Estado na economia, utilizando a experiência de 2008 como base para justificar iniciativas recentes que envolvem bancos públicos e políticas sociais. A memória do “efeito marolinha” permanece como um marco da gestão petista e como símbolo de um modelo de governança focado no fortalecimento do mercado interno.
O episódio serve de exemplo para os desafios futuros, com Lula apontando para a necessidade de fortalecer as instituições públicas como motores do desenvolvimento econômico e social.