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Derrite defende policiais e afirma que são os ‘verdadeiros promotores de direitos humanos’

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, declarou nesta terça-feira (10) que os policiais representam os “verdadeiros e únicos promotores de direitos humanos” no país. A fala ocorreu durante um evento que reuniu forças de segurança no estado e provocou repercussões imediatas, com críticas e apoio nas redes sociais.

Derrite, que é ex-deputado federal e capitão da Polícia Militar, utilizou o espaço para elogiar o trabalho das corporações e afirmar que, muitas vezes, os policiais são colocados em posição de crítica injusta. Segundo ele, as forças de segurança são fundamentais para proteger os direitos básicos da sociedade e, consequentemente, defendem os direitos humanos na prática diária.

“Os policiais, com seu trabalho árduo e arriscado, são os únicos promotores reais dos direitos humanos, porque garantem o direito à vida, à segurança e à paz para o cidadão de bem”, destacou Derrite em seu discurso.


O contexto da fala

A declaração de Derrite surge em um momento de intenso debate sobre a atuação das forças policiais no Brasil, especialmente em estados como São Paulo, onde o governo Tarcísio de Freitas tem adotado medidas mais rígidas no combate ao crime organizado. Paralelamente, ações policiais consideradas violentas ou excessivas têm sido criticadas por organizações de direitos humanos, aumentando a polarização sobre o tema.

O evento contou com a presença de membros da Polícia Militar, da Polícia Civil e de outras corporações, além de secretários estaduais. Derrite usou o espaço para reforçar o apoio irrestrito ao trabalho dos agentes e defender a atuação policial como essencial para a manutenção da ordem.

“Quem arrisca a vida diariamente para proteger a população é o policial. São eles que enfrentam o crime organizado, a violência nas ruas e as situações mais perigosas para que todos nós possamos viver em segurança”, complementou o secretário.


Polêmica e reações

A fala de Derrite dividiu opiniões. De um lado, entidades ligadas às forças de segurança e apoiadores do governo elogiaram o discurso, ressaltando que os policiais são frequentemente alvos de críticas injustas e que suas ações, na maioria das vezes, visam proteger a sociedade.

Por outro lado, ativistas de direitos humanos e algumas organizações criticaram a declaração, argumentando que, embora os policiais tenham papel fundamental na proteção da população, excessos e abusos cometidos durante operações não podem ser ignorados.

A Human Rights Watch e a Anistia Internacional, por exemplo, já emitiram relatórios criticando a violência policial no Brasil e pedindo maior transparência e responsabilização em casos de abusos. Representantes dessas organizações afirmam que colocar os policiais como “únicos promotores dos direitos humanos” é um erro conceitual que desconsidera o papel de outras instituições e da sociedade civil no tema.


Atuação do governo Tarcísio

Desde o início da gestão de Tarcísio de Freitas, o governo paulista tem priorizado o fortalecimento das forças policiais e a adoção de políticas de enfrentamento direto ao crime organizado. O próprio governador já manifestou em diversas ocasiões apoio irrestrito às corporações e defendeu uma “tolerância zero” com a criminalidade.

Derrite, como secretário de Segurança Pública, tem sido um dos principais articuladores dessas políticas. Seu discurso busca consolidar a imagem de uma segurança pública firme, mas ao mesmo tempo tem gerado tensões com setores mais progressistas que defendem mudanças estruturais nas abordagens policiais.


Desafios para a polícia e os direitos humanos

A relação entre segurança pública e direitos humanos é um dos temas mais complexos e sensíveis no Brasil. O país enfrenta índices elevados de violência e criminalidade, com assassinatos, roubos e ações do crime organizado afetando milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, casos de violência policial, execuções extrajudiciais e abordagens discriminatórias geram preocupações constantes e alimentam o debate.

O desafio, segundo especialistas, é equilibrar o fortalecimento das corporações policiais com o respeito incondicional aos direitos humanos, garantindo que as forças de segurança atuem de maneira eficiente e dentro dos limites legais e éticos.


Repercussão nas redes e no meio político

Nas redes sociais, a declaração de Derrite rapidamente ganhou destaque, com posicionamentos divididos entre apoio e críticas. Hashtags como #DireitosHumanos e #ApoioÀPolícia subiram aos trending topics, refletindo a polarização da sociedade brasileira em torno do tema.

Parlamentares da base governista defenderam o secretário, reforçando que os policiais são heróis anônimos que merecem reconhecimento e valorização. Já opositores políticos criticaram o tom do discurso, acusando Derrite de minimizar violações de direitos humanos e ignorar a necessidade de reformas na segurança pública.


Próximos passos

A fala de Guilherme Derrite deve continuar repercutindo nas próximas semanas, especialmente à medida que o governo paulista segue implementando novas políticas de segurança. Espera-se que o secretário enfrente questionamentos de entidades e movimentos que pedem mais rigor na fiscalização das ações policiais e no combate a abusos.

Enquanto isso, o debate sobre o papel das forças de segurança na promoção dos direitos humanos e na garantia da ordem pública deve seguir como um dos temas centrais da agenda política e social no Brasil.

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