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STF determina que governo Tarcísio deve manter câmeras corporais em PMs

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, deve manter o programa de câmeras corporais acopladas aos uniformes dos policiais militares. A decisão, que ocorreu nesta semana, representa uma resposta à tentativa do governo paulista de reavaliar e, possivelmente, reduzir o uso do equipamento em algumas unidades da corporação.

A medida foi tomada após ações de entidades da sociedade civil e partidos políticos que alegam que as câmeras corporais são fundamentais para garantir transparência nas operações policiais, combater abusos de autoridade e proteger tanto os agentes de segurança quanto os cidadãos.


Entenda o contexto

O uso de câmeras corporais por policiais militares foi implementado em São Paulo ainda na gestão do ex-governador João Doria (PSDB) como parte de um programa de modernização e monitoramento das operações policiais. Desde então, os dispositivos passaram a ser elogiados como uma ferramenta eficaz para a redução de letalidade policial, além de contribuírem para a coleta de provas em investigações de conduta irregular ou ações criminosas.

Ao assumir o governo em 2023, Tarcísio de Freitas indicou que iria reavaliar a utilização das câmeras, alegando a necessidade de analisar sua efetividade e o custo envolvido. A reavaliação proposta levantou preocupações entre organizações de direitos humanos, especialistas em segurança pública e parte da sociedade, que acreditam que a retirada das câmeras poderia resultar no aumento de abusos e mortes em confrontos policiais.


Decisão do STF

A determinação do STF partiu do julgamento de uma ação movida por partidos políticos e ONGs que defendem o uso contínuo das câmeras. O relator do caso, o ministro Gilmar Mendes, destacou em seu voto que o programa de câmeras corporais se tornou uma política pública de comprovada eficiência e que sua suspensão representaria um retrocesso na segurança pública e na transparência das ações policiais.

Mendes reforçou ainda que o programa ajudou a reduzir o número de mortes decorrentes de confrontos policiais, ao mesmo tempo que protege os agentes contra falsas acusações. Ele argumentou que o uso das câmeras é um avanço para o controle externo da atividade policial, como prevê a Constituição Federal.

“Trata-se de um instrumento fundamental para garantir os direitos humanos e evitar excessos nas ações policiais. A sua retirada comprometeria os avanços obtidos nos últimos anos”, afirmou o ministro.

A decisão do STF é liminar, mas obriga o governo paulista a manter o programa ativo enquanto o mérito da questão não é julgado em definitivo.


Impacto da decisão

A determinação do STF tem repercussões importantes:

  1. Redução da letalidade policial: Estudos mostram que o uso de câmeras corporais ajuda a reduzir mortes em operações policiais. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a letalidade caiu mais de 50% em batalhões que utilizam os equipamentos.
  2. Transparência e fiscalização: As câmeras permitem o registro em vídeo das abordagens e ações policiais, facilitando investigações de abusos e garantindo transparência para a sociedade.
  3. Proteção aos policiais: O uso do equipamento também protege os agentes de segurança contra denúncias falsas de agressão ou abuso de poder, uma vez que as imagens servem como prova do ocorrido.
  4. Preocupações do governo: O governo Tarcísio argumenta que o programa é caro e precisa ser reavaliado para determinar sua eficiência. Além disso, há críticas entre parte da corporação, que vê as câmeras como uma possível “restrição” ao trabalho policial.

Reações à decisão

A decisão do STF gerou repercussões mistas. Entidades de direitos humanos comemoraram a determinação, alegando que a manutenção das câmeras é fundamental para evitar retrocessos na política de segurança pública. Segundo a organização Human Rights Watch, a decisão reforça o compromisso do Estado brasileiro com a proteção dos direitos fundamentais.

Por outro lado, alguns setores mais conservadores criticaram a medida, argumentando que o uso das câmeras pode “inibir” a ação policial em momentos críticos.

O governador Tarcísio de Freitas ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão, mas fontes do governo indicaram que o estado continuará buscando uma reavaliação do programa no longo prazo, principalmente em relação aos custos e à eficácia.


Conclusão

A determinação do STF obriga o governo paulista a manter o uso de câmeras corporais na Polícia Militar, destacando a importância do equipamento para a redução de violência, aumento da transparência e proteção dos policiais. Enquanto a questão não for julgada em definitivo, o programa continua em vigor, representando uma ferramenta crucial na busca por uma segurança pública mais eficiente e transparente.

O debate, no entanto, está longe de acabar. Resta saber como o governo Tarcísio lidará com a decisão e quais novos caminhos serão propostos para equilibrar os custos e os benefícios da tecnologia no contexto da segurança pública de São Paulo.

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