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Polícia Federal Relaciona “Abin Paralela” a Plano de Golpe e Solicita Provas ao STF

A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) novos indícios que conectam a chamada “Abin paralela” às articulações de um plano de golpe de Estado investigado no contexto dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Em documento enviado à Corte, a PF pediu o compartilhamento de provas de outros inquéritos relacionados, visando aprofundar as investigações.

O que é a “Abin paralela”

A expressão se refere a um suposto esquema de espionagem e coleta de informações sigilosas operado fora dos canais institucionais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). De acordo com os investigadores, o grupo atuava clandestinamente, monitorando opositores políticos e produzindo relatórios para sustentar ações antidemocráticas.

Evidências Apresentadas

No relatório encaminhado ao STF, a PF detalha:

  • Mensagens e Relatórios: Foram identificados documentos atribuídos à “Abin paralela” que demonstram articulações para monitorar movimentos de resistência ao governo de Jair Bolsonaro durante seu mandato.
  • Conexões com Militares e Civis: A PF aponta que o esquema envolvia integrantes da segurança institucional e figuras próximas ao ex-presidente Bolsonaro.
  • Apoio Logístico e Informacional: Há suspeitas de que o grupo fornecia suporte a ações preparatórias para o golpe, como mapeamento de alvos e produção de fake news.

Pedidos ao STF

A PF solicitou o compartilhamento de provas obtidas em investigações anteriores, como aquelas ligadas ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid e ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres, ambos investigados por participação nos atos de 8 de janeiro.

“O objetivo é conectar pontos das investigações e compreender melhor a atuação de células clandestinas que contribuíram para a instabilidade institucional”, afirma um trecho do pedido.

Reação do STF e do Governo

Ministros do STF avaliam a possibilidade de liberar as provas solicitadas, mas sinalizam cautela para evitar vazamentos que prejudiquem as investigações em curso. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito principal sobre os atos golpistas, deve analisar o pedido nas próximas semanas.

O governo federal, por sua vez, reforçou sua posição de colaborar com as investigações. Flávio Dino, ministro da Justiça, afirmou: “O Estado de Direito exige respostas firmes e transparentes para garantir que eventos como os de 8 de janeiro nunca se repitam.”

Impacto Político

A revelação sobre a “Abin paralela” reabre o debate sobre a politização das instituições de inteligência no Brasil. Parlamentares de oposição argumentam que a investigação pode ser usada como instrumento político, enquanto aliados do governo consideram as descobertas fundamentais para expor e desmantelar redes golpistas.

Próximos Passos

A investigação da PF deve avançar com novos depoimentos de pessoas ligadas ao esquema, além da análise de documentos e mensagens já obtidos. Caso se confirme o envolvimento de agentes públicos, eles poderão responder por crimes como formação de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e violação de sigilo institucional.

A investigação sobre a “Abin paralela” é um dos muitos desdobramentos que emergem das tentativas de desestabilizar a democracia brasileira, destacando a importância de medidas firmes para proteger as instituições e o Estado de Direito.

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