Câncer de intestino: sintomas, importância do rastreio preventivo e como se proteger

O câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, é um dos tipos mais comuns e preocupantes de tumor maligno no mundo. No Brasil, a incidência dessa doença tem aumentado significativamente, sendo considerada uma das principais causas de morte por câncer. Por conta disso, especialistas alertam sobre a importância do rastreio preventivo, que permite o diagnóstico precoce e o aumento das chances de cura. Além disso, é fundamental estar atento aos sintomas e adotar hábitos que ajudam a prevenir a doença.

O que é câncer de intestino?

O câncer de intestino abrange os tumores que acometem o cólon (parte final do intestino grosso) e o reto. Em geral, ele se desenvolve a partir de pólipos — pequenas formações na parede do intestino — que, com o tempo, podem se tornar malignas. Se descobertos precocemente, os pólipos podem ser removidos, evitando a progressão para o câncer.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é o segundo mais incidente em homens e mulheres no Brasil, ficando atrás apenas dos cânceres de próstata e mama, respectivamente.

Principais sintomas do câncer de intestino

Na fase inicial, o câncer de intestino pode ser silencioso, o que torna o rastreamento preventivo ainda mais necessário. No entanto, conforme a doença avança, alguns sintomas começam a surgir, como:

• Sangue nas fezes: pode ser percebido durante a evacuação ou no papel higiênico.
• Alteração no hábito intestinal: diarreia ou prisão de ventre persistentes, sem causa aparente.
• Fezes finas ou fragmentadas: mudanças no formato podem indicar obstruções no intestino.
• Dor ou desconforto abdominal: cólicas frequentes ou sensação de inchaço constante.
• Sensação de evacuação incompleta: mesmo após ir ao banheiro, a sensação de que o intestino não esvaziou persiste.
• Perda de peso inexplicada: emagrecimento rápido e sem motivo aparente.
• Fadiga e fraqueza constantes: causadas pela perda de sangue nas fezes e pelo avanço da doença.

É importante destacar que esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças intestinais, como hemorroidas, colite ou síndrome do intestino irritável. Por isso, qualquer sinal persistente deve ser investigado por um médico.

A importância do rastreio preventivo

O rastreamento é a principal arma contra o câncer de intestino. Por meio de exames específicos, é possível identificar alterações no intestino antes mesmo do surgimento dos sintomas, permitindo um tratamento menos invasivo e mais eficaz.

Os exames mais indicados incluem:

1. Pesquisa de sangue oculto nas fezes: detecta pequenas quantidades de sangue invisíveis a olho nu. É recomendado anualmente para pessoas acima de 50 anos.
2. Colonoscopia: exame que permite visualizar todo o intestino grosso e remover pólipos suspeitos. Deve ser feito a cada 10 anos ou conforme a recomendação médica.
3. Sigmoidoscopia: semelhante à colonoscopia, mas avalia apenas a parte final do intestino.

O Ministério da Saúde recomenda o rastreio do câncer de intestino a partir dos 50 anos, especialmente para pessoas sem sintomas. Já para indivíduos com histórico familiar da doença ou condições genéticas predisponentes, como a polipose adenomatosa familiar, o rastreamento deve começar mais cedo, por volta dos 40 anos ou conforme orientação médica.

Fatores de risco

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer de intestino, como:

• Idade avançada: pessoas acima de 50 anos estão mais suscetíveis.
• Histórico familiar: casos de câncer de intestino na família aumentam o risco.
• Dieta pobre em fibras: o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos ultraprocessados e gorduras pode favorecer a doença.
• Sedentarismo: a falta de atividade física aumenta os riscos.
• Tabagismo e consumo excessivo de álcool: hábitos prejudiciais à saúde.
• Obesidade: o excesso de peso está associado a maior incidência da doença.
• Doenças inflamatórias intestinais: colite ulcerativa e doença de Crohn são fatores de risco.

Como prevenir o câncer de intestino

A adoção de hábitos saudáveis é fundamental para reduzir os riscos de câncer de intestino. Veja algumas recomendações:

• Alimentação balanceada: inclua frutas, legumes, verduras e grãos integrais ricos em fibras na dieta.
• Reduza o consumo de carnes processadas e vermelhas: embutidos, como salsichas e bacon, devem ser evitados.
• Pratique atividades físicas regularmente: pelo menos 30 minutos por dia, cinco vezes na semana.
• Evite o consumo de álcool e cigarro: reduza ou elimine esses hábitos.
• Controle o peso corporal: manter um peso saudável ajuda a reduzir riscos.
• Faça exames preventivos: o rastreamento regular é essencial, especialmente após os 50 anos.

Conclusão

O câncer de intestino é uma doença que pode ser evitada ou tratada precocemente por meio de medidas preventivas e exames de rastreio. Estar atento aos sintomas e procurar ajuda médica ao perceber qualquer alteração no funcionamento do intestino é fundamental para um diagnóstico precoce.

Além disso, manter um estilo de vida saudável, com boa alimentação e prática de exercícios físicos, pode reduzir significativamente os riscos dessa doença. Não espere os sintomas surgirem: a prevenção é sempre o melhor caminho.