Governo usa críticas a Campos Neto para expor Galípolo no debate econômico
No cenário político e econômico, o governo federal intensifica as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas, de forma calculada, coloca o nome de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, em destaque nas discussões. Galípolo, que vem ganhando visibilidade no setor, é visto como um potencial sucessor de Campos Neto em uma eventual mudança no comando da instituição.
A estratégia do governo
Desde que assumiu a presidência, Lula tem demonstrado insatisfação com a condução da política monetária, especialmente em relação à manutenção de taxas de juros elevadas. As críticas constantes a Campos Neto foram ampliadas após a nomeação de Galípolo para o BC. O governo busca projetar uma imagem de renovação e eficiência com o nome de Galípolo, destacando-o como um contraponto ao atual comando.
Galípolo em ascensão
Com um perfil técnico e próximo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Galípolo tem se consolidado como um interlocutor entre o governo e o mercado financeiro. Ele vem participando ativamente das discussões sobre a política monetária e tem se posicionado de maneira conciliatória, defendendo ajustes que alinhem a atuação do BC aos objetivos do governo de estímulo ao crescimento econômico.
Campos Neto no centro das críticas
O foco no presidente do BC ocorre em um momento de pressão por resultados econômicos mais expressivos, como a redução do desemprego e o controle da inflação. Campos Neto, nomeado na gestão Bolsonaro, tem sido acusado por aliados do governo de não atuar com a celeridade necessária para impulsionar a economia.
A politização do Banco Central
A politização da atuação do BC tem gerado debates no Congresso e no mercado. Embora a autonomia do Banco Central seja uma conquista recente, a tensão entre governo e Campos Neto evidencia as dificuldades de conciliar a independência da instituição com as demandas políticas e econômicas de curto prazo.
O que esperar
Enquanto Campos Neto se mantém firme na defesa de sua gestão, Galípolo surge como uma figura de consenso, atraindo simpatia tanto do governo quanto de setores do mercado. Essa dinâmica reforça a especulação sobre mudanças no comando do BC após o término do mandato de Campos Neto, em 2024.
A estratégia do governo pode ser vista como um jogo de xadrez, onde Galípolo é peça-chave para redefinir a relação entre o Banco Central e o Executivo, em busca de uma política econômica mais alinhada aos objetivos do governo.