Desemprego atinge 6,2% em outubro, a menor taxa desde 2011
O mercado de trabalho brasileiro alcançou em outubro de 2024 sua menor taxa de desemprego em quase 13 anos. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desocupação ficou em 6,2%, consolidando uma tendência de melhora gradual no cenário econômico do país.
Melhoria consistente no mercado de trabalho
O resultado representa uma redução em relação aos 6,4% registrados em setembro e marca o nível mais baixo desde dezembro de 2011, quando a taxa foi de 6%. Além disso, o número de pessoas empregadas subiu para 99,4 milhões, enquanto o contingente de desocupados caiu para 6,6 milhões, o menor número absoluto desde o início da série histórica ajustada.
O crescimento da ocupação foi impulsionado por setores como comércio, serviços e construção civil, que registraram altas na geração de empregos formais e informais. A aproximação do fim de ano, tradicionalmente aquecida por contratações temporárias, também contribuiu para o resultado.
Rendimentos ainda abaixo do ideal
Apesar do avanço na criação de empregos, o rendimento médio real dos trabalhadores apresentou estabilidade em outubro, sendo estimado em R$ 2.975. O valor, embora represente um ganho em poder de compra em relação ao ano passado, ainda está abaixo do pico registrado antes da pandemia, o que reflete a pressão inflacionária sobre os salários.
“Estamos vendo um mercado de trabalho mais dinâmico, mas o desafio agora é garantir que os salários acompanhem a inflação e permitam maior poder de consumo às famílias”, explicou uma analista do IBGE.
Desafios e perspectivas
Especialistas apontam que a recuperação do emprego reflete o crescimento econômico moderado do Brasil em 2024, mas alertam para riscos externos, como a instabilidade internacional e os efeitos de uma possível desaceleração na China e nos Estados Unidos. No mercado interno, a alta dos juros ainda limita investimentos em setores-chave.
O governo destacou os números como reflexo de políticas de incentivo à economia. “A menor taxa de desemprego em mais de uma década mostra que estamos no caminho certo, mas precisamos continuar trabalhando para consolidar esse crescimento e ampliar oportunidades”, afirmou o ministro do Trabalho.
Destaques por regiões
A taxa de desemprego apresentou queda generalizada em todas as regiões do país. O Nordeste, que tradicionalmente registra os índices mais altos, reduziu a desocupação de 10,5% para 10,1% no período. Já o Sudeste atingiu 5,1%, a menor taxa da região desde 2012.
Impactos no cotidiano
A redução do desemprego beneficia diretamente a economia doméstica, com mais pessoas recebendo salários e movimentando o comércio e os serviços. Contudo, a estabilização do mercado de trabalho e a melhoria nos rendimentos ainda são passos necessários para garantir um crescimento sustentável e inclusivo.
Com os números positivos de outubro, o país encerra o ano com sinais de recuperação no mercado de trabalho, trazendo otimismo para 2025, mas mantendo os desafios econômicos no radar.