General tentou persuadir comandante do Exército a aderir a golpe, revela carta: “Tomar as rédeas”
Um documento sigiloso, revelado pela Polícia Federal, mostrou que um general reformado enviou uma carta ao então comandante do Exército em uma tentativa de convencê-lo a aderir a um plano golpista. O texto, datado logo após o segundo turno das eleições de 2022, trazia apelos para que as Forças Armadas “tomassem as rédeas” do país e suspendessem o resultado eleitoral.
O conteúdo do documento
Na carta, o general justificava a necessidade de intervenção militar com base em uma suposta “ameaça à soberania nacional” e alegava que a população “clamava por ação” devido a desconfianças no sistema eleitoral. Ele afirmava que era responsabilidade do Exército garantir a estabilidade do país e “corrigir os rumos da democracia”.
“O Exército é a última linha de defesa da pátria. Não podemos nos omitir diante das circunstâncias”, escreveu o general, sugerindo que a instituição deveria articular uma mudança forçada na liderança do governo.
A investigação
A descoberta da carta faz parte de um inquérito mais amplo que investiga articulações golpistas envolvendo militares e políticos de alto escalão. Segundo a PF, o documento foi encontrado em meio a trocas de mensagens e materiais relacionados a planos que buscavam invalidar o resultado das eleições de 2022.
Fontes próximas à investigação indicam que o então comandante do Exército não respondeu à carta e tratou o episódio como isolado. No entanto, a revelação levanta preocupações sobre a influência de setores radicais dentro das Forças Armadas.
Repercussão
Especialistas em segurança e democracia alertam para a gravidade do caso. “Esse tipo de comunicação demonstra a existência de setores que ainda acreditam em soluções autoritárias, o que é incompatível com o Estado Democrático de Direito”, afirmou um analista político.
O governo federal ainda não comentou oficialmente o conteúdo do documento, mas aliados do presidente consideram que ele reforça a necessidade de reformular o papel das Forças Armadas na política brasileira.
4o
