Economia

Black Friday pode ajudar a conter inflação de novembro após remarcações em outubro

A Black Friday, marcada para a última sexta-feira de novembro, surge como uma oportunidade para aliviar as pressões inflacionárias que ganharam força em outubro. Após o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) indicar alta de 0,62% no início deste mês, o impacto das promoções esperadas no varejo pode contribuir para desacelerar o índice em diversas categorias de consumo.


Setores que podem puxar os preços para baixo

  1. Eletrodomésticos e eletrônicos
    • Tradicionalmente protagonistas da Black Friday, esses itens costumam ter descontos expressivos, o que ajuda a equilibrar os índices de inflação.
    • Expectativa: Redução significativa nos preços de TVs, celulares e eletroportáteis.
  2. Roupas e calçados
    • Com o aquecimento do setor de moda, a expectativa é que a concorrência intensa no varejo impulsione promoções agressivas.
  3. Móveis e decoração
    • Após aumentos nos meses anteriores devido à demanda reprimida por reformas e móveis durante a pandemia, descontos devem atrair consumidores.
  4. Passagens aéreas e turismo
    • Agências e companhias aéreas têm apostado na data para oferecer promoções, o que pode amenizar o impacto inflacionário do segmento de transportes.

Impacto nos alimentos e outros bens essenciais

Embora a Black Friday não tenha um impacto direto em itens da cesta básica, algumas redes de supermercados aproveitam a ocasião para promover ofertas em alimentos e bebidas.

  • Supermercados: Promovem descontos pontuais, o que pode reduzir pressões em itens como café, arroz e feijão.
  • Bebidas alcoólicas e refrigerantes: Têm maior probabilidade de promoções, especialmente com a aproximação das festas de fim de ano.

Desafios para o alívio inflacionário

Apesar das promoções da Black Friday, especialistas alertam para possíveis limitações:

  1. Restrições de consumo
    • O orçamento apertado das famílias pode restringir as compras, reduzindo o impacto das promoções.
  2. Pressão em combustíveis e energia
    • Itens como gasolina e energia elétrica, que tiveram aumentos expressivos recentemente, têm pouco ou nenhum impacto da Black Friday.
  3. Inflação acumulada
    • Com a inflação acumulada em 4,78% nos últimos 12 meses, o impacto da Black Friday pode ser insuficiente para reverter a tendência de alta em alguns setores.

Expectativas para novembro

Analistas do mercado financeiro esperam que o impacto da Black Friday ajude a reduzir o ritmo da inflação em novembro, especialmente no varejo de bens duráveis. No entanto, fatores estruturais, como a alta nos combustíveis e a pressão sobre alimentos, podem limitar o efeito positivo.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o volume de vendas na Black Friday deste ano deve crescer cerca de 4,2% em comparação com 2023, atingindo um faturamento de aproximadamente R$ 6,5 bilhões.


Conclusão

Embora a Black Friday possa trazer algum alívio para os índices inflacionários de novembro, o impacto será mais percebido em setores específicos, como eletroeletrônicos e vestuário. O alívio dependerá do comportamento dos consumidores e da capacidade do varejo de oferecer descontos reais, especialmente em um cenário de orçamento familiar cada vez mais apertado.

Se bem-sucedida, a data pode ajudar a fechar o ano com uma inflação mais próxima do teto da meta, reduzindo a pressão sobre o Banco Central e facilitando a retomada econômica.

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