PF Indicia Bolsonaro, Braga Netto e Outros 35 por Envolvimento em Suposto Golpe de Estado
A Polícia Federal (PF) finalizou o inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Braga Netto e mais 35 pessoas. A investigação é parte de uma ampla operação que busca esclarecer os ataques às instituições democráticas e possíveis articulações para desestabilizar o governo eleito.
Detalhes da investigação
De acordo com a PF, as provas colhidas durante meses apontam para uma rede articulada que incluía líderes políticos, empresários, militares da reserva e influenciadores digitais. As acusações giram em torno de crimes como:
- Associação criminosa;
- Incitação ao crime;
- Conspiração contra as instituições democráticas;
- Tentativa de interferência em órgãos públicos.
O relatório final do inquérito detalha encontros, mensagens trocadas em aplicativos e movimentações financeiras que teriam sido destinadas a financiar atos antidemocráticos.
O papel de Bolsonaro e Braga Netto
O ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como peça central no suposto esquema. Segundo os investigadores, ele teria, ao lado de aliados, incentivado publicamente a desconfiança no processo eleitoral e nos resultados das urnas.
Já o general Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, é acusado de ter participado de reuniões onde estratégias antidemocráticas foram discutidas. A PF destacou que ambos utilizaram seus cargos e influência para alimentar narrativas que colocavam em xeque a legitimidade do sistema eleitoral.
Outros indiciados
Entre os outros 35 indiciados estão:
- Empresários que financiaram atos de rua e caravanas para Brasília;
- Influenciadores digitais que propagaram discursos contra as instituições;
- Ex-militares e líderes de movimentos que organizavam as manifestações.
A PF também investigou a origem de recursos utilizados em atos como o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e nas invasões aos Três Poderes, ocorridas em 8 de janeiro de 2023.
Próximos passos
Com o relatório concluído, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se oferece denúncia contra os indiciados. Caso o MPF acolha as provas, Bolsonaro e os demais acusados poderão responder criminalmente pelas acusações.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que o ex-presidente é inocente e classificou o inquérito como politicamente motivado:
“A defesa apresentará elementos para comprovar que o ex-presidente nunca participou de qualquer ato contra a democracia.”
Por outro lado, especialistas acreditam que o indiciamento pode trazer consequências políticas significativas, principalmente para Bolsonaro, que ainda busca manter sua relevância no cenário eleitoral.
Repercussão política
A oposição criticou o indiciamento, classificando-o como uma “perseguição” contra Bolsonaro. Já aliados do governo celebraram a conclusão do inquérito como uma vitória para a democracia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o caso em um evento recente:
“O Brasil precisa de justiça e de respeito às instituições. Ninguém está acima da lei.”
Impacto no cenário nacional
Este inquérito marca mais um capítulo na investigação sobre os atos de 8 de janeiro e reforça a postura do Brasil em preservar suas instituições democráticas. Enquanto o caso avança, o país aguarda para ver como essas acusações influenciarão o futuro político de Bolsonaro e de outros envolvidos.