Varejo registra alta de 13% no faturamento em setembro, apesar da queda nas vendas em lojas físicas
O setor varejista brasileiro obteve um crescimento de 13% no faturamento durante o mês de setembro, impulsionado principalmente pelas vendas online e ações promocionais. No entanto, as vendas em lojas físicas apresentaram uma leve retração, refletindo mudanças no comportamento do consumidor e os desafios econômicos enfrentados pelo país.
Crescimento puxado pelo e-commerce
A alta expressiva no faturamento do varejo pode ser atribuída, em grande parte, ao avanço das vendas pelo e-commerce. Com cada vez mais consumidores migrando para compras online, o setor digital tem sido uma peça-chave na expansão do varejo. Plataformas de comércio eletrônico, marketplaces e grandes promoções digitais, como campanhas de frete grátis e ofertas relâmpago, ajudaram a alavancar os números.
O ambiente online tem se tornado uma alternativa conveniente para os consumidores, que buscam praticidade e, muitas vezes, preços mais competitivos em comparação às lojas físicas. Além disso, as empresas têm investido em estratégias de marketing digital e em melhorias logísticas para atender à demanda crescente, tornando o e-commerce um motor essencial do crescimento do setor.
Desempenho fraco nas lojas físicas
Em contrapartida ao avanço do e-commerce, as vendas em lojas físicas recuaram em setembro, refletindo desafios econômicos, como a inflação e o endividamento das famílias, que têm impactado diretamente o consumo. Além disso, a mudança de hábitos acelerada pela pandemia ainda influencia a redução do fluxo de clientes nas lojas físicas, especialmente em shoppings e centros comerciais.
Os consumidores estão priorizando gastos e buscando formas mais econômicas de adquirir produtos, muitas vezes optando por pesquisar online antes de comprar em uma loja física. A queda no movimento físico também é vista em setores como vestuário e eletrônicos, que tradicionalmente dependiam mais das vendas presenciais.
Setores em destaque
Entre os segmentos do varejo que mais contribuíram para o aumento de 13% no faturamento estão tecnologia, produtos para o lar e artigos esportivos. Esses setores têm se beneficiado das compras online, com consumidores investindo em itens de maior valor agregado, como smartphones, eletrodomésticos e equipamentos de lazer para a casa.
Por outro lado, segmentos como vestuário e calçados, que ainda dependem fortemente de lojas físicas, enfrentaram dificuldades. O recuo no consumo de itens não essenciais, especialmente em lojas de rua e shoppings, foi notável, enquanto o setor alimentício e de produtos de primeira necessidade mantiveram um desempenho mais estável.
Impacto da inflação e endividamento
A inflação alta e o endividamento elevado continuam a ser fatores que pesam sobre o consumo no Brasil. Com o aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis, muitos consumidores têm menos poder de compra, o que afeta especialmente as vendas presenciais em lojas físicas.
O aumento da taxa de juros, como parte da política monetária de combate à inflação, também tem dificultado o acesso ao crédito. Isso afeta a compra de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e móveis, que dependem de financiamento para serem adquiridos. O impacto se reflete diretamente na diminuição do tráfego nas lojas físicas, onde esses produtos costumam ser adquiridos.
Promoções e ações de liquidação
Outro fator que impulsionou o crescimento do faturamento em setembro foi o aumento das promoções e ações de liquidação, especialmente no meio digital. Com o consumidor mais sensível a preços e buscando economizar, as marcas têm apostado em estratégias como descontos agressivos, ofertas sazonais e cashback para atrair compradores.
Essas iniciativas, no entanto, também afetam as margens de lucro das empresas, que precisam encontrar o equilíbrio entre manter um volume de vendas saudável e controlar seus custos operacionais. A necessidade de se destacar em um mercado cada vez mais competitivo tem levado a um aumento nas promoções, especialmente no e-commerce.
Projeções para o final do ano
O varejo deve continuar enfrentando desafios no curto prazo, com uma recuperação ainda lenta nas vendas físicas. No entanto, a aproximação das datas comemorativas, como a Black Friday e o Natal, traz expectativa de crescimento significativo no setor de e-commerce, o que pode continuar impulsionando o faturamento total do varejo até o final do ano.
O comércio online deve mais uma vez ser protagonista nesse período, com os consumidores buscando aproveitar as promoções e evitar aglomerações. O desafio para o varejo físico será acompanhar o ritmo do digital e encontrar novas formas de atrair o público de volta às lojas, apostando em uma experiência de compra diferenciada e um atendimento de qualidade.
Conclusão
O setor varejista brasileiro registrou um expressivo aumento de 13% no faturamento em setembro, impulsionado principalmente pelas vendas online, que seguem em crescimento acelerado. Entretanto, o cenário nas lojas físicas foi mais desafiador, com recuo nas vendas presenciais, impactadas pela inflação, endividamento e mudanças no comportamento do consumidor.
A expectativa para os próximos meses é de que o e-commerce continue sendo um dos principais motores do crescimento, com o varejo físico precisando se adaptar às novas demandas do mercado. O fim de ano promete ser um período movimentado, com as principais datas promocionais oferecendo uma oportunidade de retomada mais consistente para o setor.