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Governo Lula mantém decisão de não adotar horário de verão em 2024, apesar de apelos econômicos

O governo federal, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu que o Brasil não adotará o horário de verão em 2024. A decisão foi confirmada nesta semana e ocorre em meio a debates sobre possíveis impactos econômicos e ambientais. A medida, que alterava os relógios em uma hora durante os meses de outubro a fevereiro, foi encerrada em 2019 pelo governo Bolsonaro sob a justificativa de que não resultava mais em economias significativas de energia.

Histórico e razões para o fim do horário de verão

O horário de verão foi implementado pela primeira vez no Brasil em 1931, com o objetivo de aproveitar melhor a luz solar natural e reduzir o consumo de energia elétrica no horário de pico. Durante décadas, a mudança foi adotada anualmente em diversos estados do país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde a variação da luz solar ao longo do ano é mais acentuada.

No entanto, estudos realizados ao longo dos anos demonstraram que a economia de energia com a adoção do horário de verão se tornou cada vez menos significativa. O avanço de tecnologias como lâmpadas de LED e aparelhos eletrônicos mais eficientes, além das mudanças nos hábitos de consumo de energia, como o uso crescente de ar-condicionado, reduziram drasticamente os benefícios da medida.

A decisão de abolir o horário de verão em 2019 foi baseada em um estudo técnico da área energética que demonstrou que a economia gerada não compensava os possíveis efeitos negativos para a saúde e o bem-estar da população, como o aumento de problemas de sono e cansaço. O ex-presidente Jair Bolsonaro, ao acabar com a prática, afirmou que o impacto econômico era irrelevante diante dos desconfortos relatados por diversos setores da sociedade.

Debate sobre o retorno

Nos últimos anos, no entanto, houve discussões sobre a possível volta do horário de verão. Setores do turismo e do comércio argumentaram que a medida ajudava a prolongar o horário de funcionamento de estabelecimentos e impulsionava a movimentação econômica, principalmente em áreas litorâneas, onde o público aproveitava mais os dias longos para o lazer.

Além disso, especialistas em energias renováveis apontaram que, com a crise energética e a necessidade de diversificação das fontes de geração de eletricidade, o horário de verão poderia ser um aliado temporário na gestão do consumo de energia, aliviando a pressão sobre as hidrelétricas em momentos de seca, como o que o Brasil enfrentou nos últimos anos.

Apesar desses apelos, o governo Lula decidiu manter a abolição do horário de verão, com base em estudos que indicam que os benefícios econômicos não seriam tão expressivos quanto no passado e que os impactos sobre a saúde pública pesam mais na balança. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que “não há justificativa técnica que sustente o retorno do horário de verão neste momento”, destacando que o governo tem trabalhado em soluções mais sustentáveis para a crise energética do país, como o investimento em energia solar e eólica.

O que muda para os brasileiros?

Para os brasileiros, a manutenção da medida significa que os relógios permanecerão inalterados ao longo de 2024, evitando o tradicional ajuste no final do ano. Isso tende a agradar aqueles que criticavam o desconforto da mudança de horário, mas desagrada setores econômicos que viam no horário de verão uma oportunidade de atrair mais consumidores durante o período noturno.

Com a decisão, o governo Lula reforça sua posição de priorizar soluções energéticas modernas e mais duradouras, ao invés de recorrer a uma medida que, no cenário atual, não apresenta resultados significativos. Resta saber como a sociedade, principalmente setores ligados ao turismo e comércio, vai reagir à decisão, já que a pressão por um retorno, embora menor, ainda existe.

Com a manutenção da política sem horário de verão, o Brasil segue no caminho de buscar alternativas mais estruturais para equilibrar consumo e geração de energia, principalmente em um cenário global de transição para fontes mais sustentáveis

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