Economia

Dólar recua mais de 1% após aumento da Selic no Brasil e corte de juros nos EUA

Nesta quinta-feira, o dólar teve uma queda significativa de mais de 1% frente ao real, influenciado por uma combinação de fatores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado reagiu à decisão do Banco Central brasileiro de elevar os juros e ao anúncio de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA, o que provocou oscilações nas moedas globais.

Alta de juros no Brasil impulsiona o real

O Banco Central do Brasil optou por aumentar a taxa básica de juros (Selic) em sua última reunião, o que elevou a atratividade dos investimentos em títulos brasileiros. Com um ambiente de juros mais altos, o Brasil oferece maior retorno aos investidores estrangeiros, o que estimula a entrada de capital no país e fortalece o real em relação ao dólar.

Essa medida veio como parte de um esforço do BC para controlar a inflação, que tem apresentado sinais de resistência, mesmo com as condições econômicas globais em desaceleração. A elevação da Selic também visa manter a estabilidade econômica interna, garantindo que o real se mantenha relativamente forte e competitivo.

Corte de juros nos EUA enfraquece o dólar

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Federal Reserve optou por reduzir sua taxa básica de juros, um movimento contrário ao adotado pelo Brasil. O corte faz parte da estratégia do Fed para mitigar os efeitos de uma possível recessão e estimular o crescimento econômico, que tem desacelerado em diversos setores.

No entanto, essa ação do Fed enfraqueceu o dólar globalmente, já que juros mais baixos nos EUA tendem a diminuir o apelo de ativos denominados em dólares, levando investidores a buscar retornos maiores em outros mercados, como o brasileiro.

Impacto no mercado financeiro

A combinação desses fatores resultou em uma queda de mais de 1% na cotação do dólar frente ao real. O cenário favorável ao real reflete tanto a política monetária mais restritiva do Brasil quanto a maior flexibilidade do Fed. Esse movimento também foi observado em outras moedas emergentes, que se beneficiaram do enfraquecimento do dólar.

Além disso, a queda da moeda americana impulsionou os mercados brasileiros. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, também teve uma sessão positiva, refletindo o otimismo dos investidores com o aumento dos juros no país e a percepção de que a economia brasileira pode se beneficiar da conjuntura global.

Expectativas futuras

Especialistas esperam que, nos próximos dias, o mercado financeiro continue reagindo aos desdobramentos das políticas monetárias dos dois países. No Brasil, há uma expectativa de que o Banco Central mantenha a Selic em níveis elevados por mais tempo, o que pode sustentar a força do real. Nos EUA, o Fed deverá monitorar de perto os indicadores econômicos para avaliar se novos cortes de juros serão necessários para manter a economia aquecida.

Com esse cenário, o dólar pode continuar enfrentando volatilidade, principalmente em função das incertezas sobre o ritmo de recuperação econômica global e a eficácia das políticas monetárias adotadas.

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