A Corte Internacional de Justiça declarou que Israel está envolvido em práticas de discriminação sistemática contra os palestinos.
Nesta sexta-feira (19), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), ligada à ONU, emitiu um parecer afirmando que Israel implementa práticas de discriminação sistemática contra os palestinos nos territórios ocupados da Cisjordânia.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), ligada à ONU, emitiu um parecer nesta sexta-feira (19), destacando que seu documento não é vinculante, ou seja, sua adoção pelos Estados-membros não é obrigatória.
No texto, a CIJ afirmou que a ocupação dos territórios da Cisjordânia por Israel equivale, na prática, a uma anexação e instou para que seja encerrada “o mais rápido possível”. A corte também determinou que o governo israelense deve reparar os danos causados pela ocupação nos territórios palestinos.
A Cisjordânia, que deveria ser um território palestino conforme a comunidade internacional, está efetivamente sob controle das Forças de Defesa de Israel, com a construção de vários assentamentos exclusivamente para israelenses.
A coalizão do governo de Benjamin Netanyahu inclui extremistas que defendem a manutenção e expansão desses assentamentos judaicos na região.
Anteriormente, em maio, a CIJ havia ordenado que Israel cessasse as operações militares em Rafah, no território de Gaza, onde conduz uma campanha militar contra o Hamas, que controla politicamente a região.
A CIJ é o principal órgão da ONU para deliberar sobre disputas entre Estados, embora suas decisões sejam vinculativas, ela não possui força policial para garantir o cumprimento por parte dos países.
Os assentamentos israelenses na Cisjordânia têm sido estabelecidos desde a guerra de 1967, totalizando cerca de 140 locais onde vivem mais de 500 mil colonos. Além dos assentamentos autorizados, grupos de colonos ergueram dezenas de postos avançados sem permissão do governo.
A maioria das potências mundiais considera ilegais sob a lei internacional os assentamentos construídos em território ocupado por Israel na guerra de 1967, e veem sua expansão como um obstáculo à paz, consumindo terras que os palestinos reivindicam para um futuro Estado.