Abrigo de Vítimas da Chuva em Condições Precárias: “Parece Comida que Nem Porco Come”, Dizem Desabrigados
São Paulo, 21 de maio de 2024 — Após as intensas chuvas que atingiram a região metropolitana de São Paulo na última semana, milhares de famílias foram forçadas a buscar abrigo em centros de acolhimento emergenciais. No entanto, as condições nesses abrigos têm gerado indignação e revolta entre os desabrigados.
Em um dos maiores centros de acolhimento da zona leste da cidade, muitas famílias relatam que a comida fornecida é de qualidade tão baixa que mal pode ser considerada aceitável. “Parece comida que nem porco come”, declarou Maria da Silva, mãe de três filhos pequenos, enquanto mostrava as refeições distribuídas no local.
As refeições, segundo os relatos, consistem em porções escassas de arroz e feijão, frequentemente mal cozidos e sem acompanhamento de proteínas ou vegetais frescos. “A gente já perdeu tudo na enchente. Agora, temos que lutar para conseguir um prato de comida decente para nossos filhos. É desumano”, disse João Pereira, outro desabrigado.
As chuvas torrenciais que começaram no início do mês causaram deslizamentos de terra e alagamentos em várias áreas, levando ao deslocamento de milhares de moradores. A Defesa Civil estima que cerca de 5.000 pessoas estão atualmente em abrigos temporários na região.
Autoridades municipais afirmam que estão trabalhando para melhorar a situação nos abrigos, mas a resposta emergencial tem sido dificultada pela magnitude do desastre. “Estamos enfrentando um desafio logístico imenso. A demanda por alimentos e suprimentos básicos é enorme, e estamos fazendo o possível para atender a todas as necessidades”, afirmou Ricardo Almeida, coordenador da Defesa Civil de São Paulo.
Organizações não governamentais e voluntários também têm se mobilizado para ajudar, mas a situação ainda é crítica. “Temos recebido muitas doações, mas a distribuição está sendo um desafio. Estamos tentando organizar melhor a logística para garantir que todos recebam comida de qualidade”, disse Ana Costa, voluntária de uma ONG local.
Enquanto isso, os desabrigados continuam a enfrentar as difíceis condições, aguardando melhorias na assistência. “Não queremos luxo, só queremos ser tratados com dignidade”, desabafou Maria da Silva.
A prefeitura prometeu aumentar a fiscalização sobre a qualidade dos alimentos distribuídos e intensificar os esforços para melhorar as condições dos abrigos. No entanto, os desabrigados seguem céticos, esperando que as promessas se concretizem rapidamente, para que possam pelo menos ter uma alimentação adequada em meio à tragédia que já lhes tirou tanto.